Olá, leitores.
Vamos de série? Aliás, devo ressaltar, uma série iniciada e até o momento finalizada em 2021 (Estou tão orgulhosa!). Tudo o que vou contar abaixo é recheado de spoilers, então já estejam avisados. Caso não tenha lido a série e não goste de spoilers, recomendo NÃO LER esta resenha.
Agora, vamos de história.
Feyre acaba se apaixonando por Tamlin e esse amor vai fazer ela passar por muitas dificuldades, a fim de libertar Tamlin das garras de Amaranta, uma cruel feérica, vinda de Hybern - um reino distante - que descobriu há 50 anos como controlar os grãos-senhores das cortes de Prythian.
Feyre acaba tendo que lutar pela sua vida e pela liberdade de todos os feéricos de Prythian e, enquanto faz isso, conhece Rhysand, grão-senhor da Corte Noturna (considerada a mais perigosa e cruel), que lhe oferece ajuda em troca de uma semana em sua companhia todo mês, assim que tenham destruído Amaranta.
Vivendo situações muito perigosas, Feyre consegue promover a destruição de Amaranta, mas a um grande preço. Ela morre e, sensibilizados com seu sacrifício, todos os sete grãos-senhores das cortes acabam trazendo-a de volta a vida, agora como uma feérica.
Mas isso não foi o fim. Tudo o que foi obrigada a fazer durante o período de sua luta para libertar Tamlin, a atormenta agora. 3 meses se passaram e as pessoas ignoram a depressão na qual ela está. Preparando-se para o casamento com seu grão-senhor da Corte Primaveril, Feyre acaba vendo um lado perigoso do homem que am. Um lado obsessivo, ciumento e agressivo que ela não tinha sentido antes, não com tanta força.
A depressão acaba consumindo Feyre aos poucos e no dia do casamento, em meio a tantas dúvidas, Rhysand acaba aparecendo e cobrando o acordo com ela. Levada contra a vontade à Corte Noturna, Feyre acaba estranhando tudo o que vê. Ensinada a temer Rhysand e sua corte, ela se surpreende com o silêncio e a tranquilidade do lugar para onde ela a leva.
E durante os próximos meses, Feyre vai começando a perceber que:
1 - Rhysand não é o demônio que pensou que fosse e como as pessoas o pintam;
2 - Tamlin não se importa o suficiente com ela para entender todo o sofrimento que a atormenta e é egoísta o suficiente para tratá-la como uma posse a ser cuidada.
No meio de reviravoltas, Feyre acaba sendo resgatada da Corte Primaveril por Morrigan, prima de Rhysand e parte do círculo íntimo da Corte Noturna. Tentando se curar e apreender a ser quem ela realmente é e não o que esperam dela, Feyre aceita o convite de Rhysand para ajudá-lo a deter o rei de Hybern e a guerra entre Feéricas e Humanos que está por vir.
Enquanto descobrem uma forma de salvar a todos, Feyre e Rhys vão se abrindo para uma bonita relação de companheirismo e, consequentemente, amor. Feyre, porém está longe de encontrar a paz que tanto anseia, pois Hybern acaba usando suas irmãs mais velhas, Nestha e Elain, como cobaias para convencer as rainhas humanas a dar-lhe apoio na guerra.
Ambas as irmãs, jogadas no Caldeirão - objeto místico, responsável pela criação do mundo que os feéricos conhecem - são transformadas em feéricas. Tendo que pensar em novas estratégias para vencer a guerra iminente, Feyre se sacrifica mais uma vez e volta para a Corte Primaveril - que agora é uma aliada de Hybern contra o restante de Prythian -, a fim de destruir o inimigo de dentro para fora.
Mas a guerra é inevitável e quando o mundo dos feéricos e humanos se torna novamente um só, muitas vidas são perdidas, aliados viram inimigos, inimigos viram aliados e poderes perigosos são despertados. Apesar de sobrevivem para verem esse novo mundo surgir, Feyre, Rhysand, seus parentes, amigos e aliados vão ter que lutar para construir um novo mundo.
E isso é mais ou menos uma sinopse da história. Mas vamos agora conversar sobre alguns detalhes que merecem destaque.
***Personagens.
Apesar da história ser narrada em primeira pessoa, pela perspectiva da Feyre, na maior parte da série, vamos conhecendo alguns personagens que se destacam durante toda a primeira trilogia.
- Os "machos" feéricos.
Desses, os principais são Tamlin e Lucien (Corte Primaveril); Rhysand, Cassian e Azriel (Corte Noturna).
Primeiramente, nunca gostei do Tamlin. Eu achava ele impulsivo demais; incontrolável demais; frouxo demais (principalmente quando está sob a montanha). Lucien, como seu melhor amigo, é mais tratado como capacho do que qualquer outra coisa e fiquei muito feliz por ele não fazer mais parte oficialmente da corte de Tamlin no final dessa história. Aliás, Lucien era quem eu mais shippava no início com a Feyre. Eles pareciam ter mais química do que a Feyre com Tamlin. O final de Tamlin para mim é triste, mas condizente com toda a merda que ele fez a si mesmo e aos outros durante a história.
E agora vamos com a corte mais abençoada. Um momento para aplausos.
Rhysand, Cassian e Azriel são tão diferentes, mas tão maravilhosos. Rhysand é o sedutor sarcástico, ao mesmo tempo que é capaz de grandes sacrifícios para proteger quem ama, arruinando sua reputação e arriscando a própria vida. Cassian é o sedutor palhaço. Um guerreiro hábil, um líder forte e aquele que tenta fazer piadas e provocações para amenizar o clima, mantendo todos unidos. Azriel é o sedutor misterioso. Tendo passado por uma infância miserável antes de conhecer seus amigos, ele aprendeu a ser silencioso e a conseguir coisas desse silêncio. Mestre-espião, ele tem um lado gentil, observador e reservado, mas que esconde um grande coração e que ama muito intensamente (quero logo um livro desse homem!).
Os três "bebês illyrianos", como Feyre chama, mostram um exemplo tão bonito de amizade e fraternidade, que colocados lado a lado com a relação de Tamlin e Lucien é fácil observar as gritantes diferenças do que é ou não saudável em uma relação de amizade.
- As fêmeas feéricas e humanas.
Essa série tem muitas personagens femininas fortes e, muitas vezes, muito perigosas.
As irmãs Archeron - Nestha, Elain e Feyre, em ordem de nascimento - são bem diferentes entre si, mas acabam sobrevivendo a muita coisa, principalmente Feyre e Nestha, ao final dos livros. Nestha, a mais fechada das irmãs, é aquela que tem atitudes tão ruins, que facilmente poderíamos odiá-la, mas que existem momentos que mostram uma faceta tão triste e dolorida de sua alma, que eu não consegui odiar ela. Elain é a irmã mas "sem sal" das três. Porém a que tem um coração muito gentil e acolhedor. Infelizmente o que aconteceu com ela no caldeirão despertou um lado muito agressivo nela, principalmente com relação à Lucien, que se mostrou ser o parceiro dela, o qual ela rejeita constantemente. Feyre é a mais destemida e guerreira delas, mas com o livro da Nestha sendo lançado nos próximos meses, acho que Feyre não será a única a empunhar uma espada na família.
Mor e Amren são outras personagens femininas muito presentes na história, a partir do segundo livro. Morrigan é prima de Rhys e tem uma relação um pouco "estranha", inicialmente, com Cassian e Azriel. Temos um pouco de aprofundamento nessa questão, mas me irritou muito o posicionamento que ela tem em relação à Azriel. No entanto, ninguém pode negar que ela é uma perigosa arma de combate, que lutou muito antes na primeira guerra entre humanos e feéricos, e foi uma das responsáveis pela libertação dos humanos. Amren é a nossa personagem sarcástica, perigosa e afiada, ela não tem medo de ninguém e não poupa ninguém das suas farpas. Vinda de um outro mundo e tendo que assumir um corpo feérico para ser livre em Prythian, ela vai acabar tomando uma decisão que muda os rumos da guerra. Decisão essa que me surpreendeu, me deixou em choque, empolgada e depois triste. Ela é uma das personagens que mais gosto entre as mulheres da trama.
***Momentos que não gostei.
E aqui eu vou ser bem sucinta, porque quando eu lembro, me dá raiva.
Rhysand morrendo e depois ressuscitando do mesmo jeito que a Feyre foi ressuscitada. Achei completamente desnecessário. Sei lá, ele poderia ter ficado muito fraco e extremamente ferido e aí precisarem cuidar dele, mas da forma como ocorreu, eu fiquei irritada.
A morte da Strygga. Alguém me explica como um dos seres mais mortais de toda Prythian foi morta pelo rei de Hybern quando ele simplesmente TORCEU O PESCOÇO DELA!!!. Não achei um final condizente com o perigo que era essa personagem.
Mor confessando a Feyre que não é apaixonada pelo Azriel ou pelo Cassian, porque só se apaixona por mulheres, mas que não vai contar para ninguém, nem mesmo ao Azriel. Mulher, o homem te ama há séculos, e você não tem coragem de dizer a ele, pelo menos, que nunca vai rolar nada entre os dois, porque você não se sente da mesma forma por ele. Mas não, ela fica com umas atitudes "chove e não molha" que mais confundem o Az e o deixam se sentindo inferior e rejeitado. A vontade de dar um tabefe nela foi grande.
A suspeita "tensão sexual" entre Azriel e Elain no livro de contos. Como é que é? Não acho que eles dariam um bom casal. Achei muito irritante a autora jogar essa possibilidade na trama. É o quê? Cada bebê illyriano vai ficar com uma irmã Archeron? Desnecessário.
***Momentos que
Rhysand confessando quando soube que Feyre era sua parceira e dizendo a ela tudo o que passou.
Feyre sendo uma cobra na Corte Primaveril, destruindo a credibilidade de Tamlin perante todos.
Feyre treinando com Cassian e tendo um momento de epifania ao perceber, com todas as letras, que era abusivo o relacionamento que ela viveu com Tamlin.
A biblioteca que Rhysand e Mor destinaram as sacerdotisas e outras mulheres que sofreram abuso, como forma de protegê-las e dar-lhes um lar. E gente, que biblioteca maravilhosa é aquela?
Nestha dando um gostinho do seu poder e o que podemos esperar dela no próximo livro da série.
Nestha e Cassian na relação mais intensa de amor e ódio que já vi. A tensão sexual entre eles é crepitante.
***Considerações finais.
Os quatro livros são muito bons, com seus acertos e defeitos, mas que tornaram toda essa primeira parte da história uma jornada maravilhosa. O crescimento da Feyre durante os livros é bonito de se ver e fiquei orgulhosa dela em muitos momentos.
Meu livro favorito é o segundo, onde, apesar de termos a guerra se iniciando como pano de fundo, a trama principal é a autodescoberta da própria Feyre e da força que ela encontra em si mesma para vencer toda a dor que foi infligida à ela. É um crescimento e superação lindos de se ver. E o amor dela e Rhysand nos traz momentos românticos, divertidos e bem sensuais.
Essa é uma fantasia voltada mais para o romance, mas que tem elementos mágicos e de batalhas que nos fazem se apaixonar por Prythian e querer conhecer mais dela.
Simplesmente recomendo!
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