“- Quel-si, você fez viagem longa,
sim? – perguntou ele.
- Ah, sim, muito, muito longa.
Contei-lhe como conheci Ren no
Oregon e falei sobre a viagem para a Índia com o sr. Kadam. Também descrevi a
perda do caminhão, nossa caminhada pela selva e terminei com o momento em que
encontramos sua casa.
Phet assentia e ouvia, atento.
- E seu tigre nem sempre é tigre.
Estou correto dizendo isso?
Olhei para Ren.
- Sim, você está correto.
- Você quer ajudar o tigre?
- Quero. Estou zangada por ele ter
e enganado, mas entendo por que fez isso. – Baixei a cabeça e dei de ombros. –
Só quero que ele seja livre.
Nesse momento, o passarinho
vermelho começou a cantar lindamente e continuou cantando pelos minutos
seguintes.
Phet fechou os olhos, escutando com
uma expressão de puro êxtase, e assoviou baixinho, acompanhando. Quando a ave
parou de cantar, ele abriu os olhos e se virou para mim, sorrindo.
- Quel-si! Você muito especial!”
A Maldição do Tigre é o primeiro livro
da série Saga do Tigre que vai contar a história de Kelsey, Ren e Kishan e as
aventuras pelas quais eles passam para livrar Ren e Kishan da maldição que um
poderoso bruxo jogou sobre eles há muitos séculos. A história tem muitos
elementos da cultura indiana e nos leva através da selva da Índia numa aventura
muito empolgante e que seria maravilhosa se não fosse um pequeno problema
comportamental de um dos personagens.
Kelsey,
querida, você precisa ter mais fé em si mesma e deixar de ser chata!!!
Pelo
amor de Deus, qual o problema dessa garota? Gente, sério, tive muita vontade de
dar uns tapas na Kelsey. Alguns fatos na história são estranhos e sem noção,
como o fato da Kelsey do nada topar viajar para o outro lado do mundo com um
completo desconhecido e um tigre. Além disso, a quase total falta de
desconfiança dos tutores da garota em relação a essa viagem é irresponsável. Só
uma conversa e aí já aceitam ela viajar com o cara. Como assim?!
Mas
o maior problema é mesmo a Kelsey, principalmente quando o romance se inicia. A
sensação de inadequação que ela sente em relação ao Ren e todo o passado e
mesmo o futuro que o aguarda, eu até entendo. Ela se sentir atraída pelo
Kishan, eu também entendo. Aliás, esse negócio de triângulo amoroso no livro me
lembrou muito Diários de Um Vampiro,
mas diferente destes, gosto muito do Ren e do Kishan, e não de só um dos caras.
Amo o Damon!
Mas
a Kelsey começar a boicotar o próprio relacionamento e ficar repetindo o mantra
de que ele está melhor sem ela, é completamente chato. Várias vezes percebemos
o quanto o Ren gosta dela. E ele também é um provocador. Sabe, ele parece um
príncipe ideal, mas não tão chato ou perfeito assim, e isso o torna especial. A
relação deles se baseia muito no fato de que dela depende a salvação dele. E o
fato de que ela é a única mulher com a qual ele se relaciona quando assume a forma
humana, poderia tornar o romance meio forçado da parte dele e apoiar o medo
dela de se relacionar.
Mas
não é isso que ocorre.
A
Kelsey se fixa no fato de ele ser demais para ela. De ele ser melhor que ela.
Como assim?! Sério, a pessoa abandona seu lar para segui-lo; depois de
descobrir que foi enganada em um dado momento pelo cara/tigre ainda decide ajudá-lo;
a criatura é a “escolhida” de Durga para acabar com a maldição; tem dois gatos,
nos dois sentidos do termo, dando em cima dela, e ela fica se achando pouca
coisa. Mulher te valoriza!
E
além disso, ver ela fazendo o Ren sofrer e dizendo que isso é pro bem dele,
mesmo que ele demonstre amá-la, aff! Quem me acompanhou no instagram na época
da leitura, viu o quanto eu detestei essa atitude da Kelsey.
Mas
vamos parar de falar das coisas ruins. O livro, apesar dessas atitudes da
Kelsey, é muito bom. Os ambiente pelos quais eles passam são maravilhosos, as
descrições são muito legais, o que só aumenta a expectativa para os próximos
livros. Além disso, o vilão da história foi pouco explorado e o final do livro
nos diz que vem muita treta vindo nessa história, e que esse cara não vai ficar
escondido por muito tempo.
Amei
conhecer uma série que vem abordar uma outra cultura e lendas. Num mundo com tantos
gregos, vampiros e anjos, conhecer macacos fantasmas, cidades míticas e deuses
completamente estranhos a cultura ocidental é um bálsamo. E vendo que muitas
outras séries vem abordando aspectos fantásticos pouco trabalhados, como a
trilogia Grisha e a trilogia Feita de Fumaça e Osso, só aumenta minha
expectativa com o desenvolvimento da literatura fantástica atual.
Para
quem ainda não leu, leia. Ignorem um pouco a Kelsey e se maravilhem com o mundo
da Saga do Tigre.
Boa
leitura!
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