“TRANSCRIÇÃO DO DIÁRIO EM ÁUDIO: SOL 119
Quer saber?
Foda-se isto aqui! Foda-se esta eclusa de ar, foda-se o Hab e foda-se este
planeta inteiro!
É sério, chega!
Cansei! Tenho alguns minutos antes de ficar sem ar e não quero gastá-los
fazendo o joguinho de Marte. Estou enjoado disto tudo que poderia vomitar! É só
eu ficar sentado aqui. O ar vai vazar e eu vou morrer.
Será o fim.
Chega de esperança, chega de enganar a mim mesmo e chega de resolver problemas.
Cansei, porra!
TRANSCRIÇÃO DO DIÁRIO EM ÁUDIO: SOL 119(2)
Suspiro...
tudo bem, dei o meu piti e agora tenho que pensar em como me manter vivo. Mais uma vez. Tudo bem, vamos ver o que posso fazer aqui...”
tudo bem, dei o meu piti e agora tenho que pensar em como me manter vivo. Mais uma vez. Tudo bem, vamos ver o que posso fazer aqui...”
Mark Whatney divo! Melhor personagem de
2015. Insuperável. Gostaria de conhecê-lo pessoalmente. Ouvir o humor em sua
voz e o sarcasmo de sua mente rápida. Sério, estou apaixonada!!! Creio que
todos deveriam ter um amigo como Whatney. É o que desejo.
Mas indo ao propósito dessa resenha, Perdido em Marte foi uma das minhas
melhores leituras desse ano que se acaba. Uma ficção científica ambientada em
Marte, onde após uma expedição precisar ser abortada, um dos membros da
tripulação é declarado morto durante a evasão. A NASA e os estadounidenses
sentem a morte de Mark. E tudo estaria muito bem e tranquilo na terra, se Mark
não desse o ar da graça.
Contudo, para o leitor, a história
começa muito antes de os terráqueos descobrirem que Mark está, na verdade,
vivo. E esses primeiros sóis em sua companhia, sozinho num planeta desolado, em
nada é chato ou arrastado. Mark Whatney prende nossa atenção desde o início.
Ele fala diretamente conosco. Nos convida não somente a conhecer sua situação,
como a descobrir junto com ele uma forma de sobrevivência.
O senso de humor de Mark e sua
persistência e esperança são grandes trunfos do livro, apesar do trecho meio
derrotista acima transcrito. E quando todos descobrem que ele está vivo e
lutando, as coisas na Terra ficam muito interessantes. Vemos que a proposta de
resgate de Whatney não é algo meloso ou sentimental demais. O autor conseguiu
inserir o fator político e científico dentro da história, equilibrando e
tornando real os sentimentos e ações que os personagens tomam em relação a esse
desafio que é manter um astronauta vivo tão longe de casa e quase sem recursos
para trazê-lo logo.
A tripulação da Ares 3, composta pelos
colegas de Mark na expedição, também não perde em nada em dedicação, humor e
amizade. O comprometimento deles não apenas com a missão, mas uns com os outros
é muito tocante. Todos os personagens tem sua importância e não considero nenhum
dispensável.
Outro fator que torna o livro ainda mais
atraente é a forma como o autor nos apresenta aos termos técnicos e como vai
explicando os equipamentos e as pesquisas que Mark vai fazendo em Marte a fim
de se manter vivo. Não foi algo didático demais e muito menos cansativo.
Enfim, o livro é maravilhoso. Foi minha
primeira leitura da Maratona Literária de Inverno que o canal Geek Freak
organizou.
O filme, baseado no livro, foi lançado
esse ano e não perde para o livro. Aliás ganhou até uns potinhos a mais pela
maneira como eles adaptaram o final da história, acrescentando coisas que os
leitores gostariam de saber e que eu gostaria que tivesse no livro.
Fica aqui a dica de leitura.
Apreciem e boa leitura!
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