Perdido em Marte - Andy Weir

TRANSCRIÇÃO DO DIÁRIO EM ÁUDIO: SOL 119
Quer saber? Foda-se isto aqui! Foda-se esta eclusa de ar, foda-se o Hab e foda-se este planeta inteiro!
É sério, chega! Cansei! Tenho alguns minutos antes de ficar sem ar e não quero gastá-los fazendo o joguinho de Marte. Estou enjoado disto tudo que poderia vomitar! É só eu ficar sentado aqui. O ar vai vazar e eu vou morrer.
Será o fim. Chega de esperança, chega de enganar a mim mesmo e chega de resolver problemas. Cansei, porra!
TRANSCRIÇÃO DO DIÁRIO EM ÁUDIO: SOL 119(2)

Suspiro...
tudo bem, dei o meu piti e agora tenho que pensar em como me manter vivo. Mais uma vez. Tudo bem, vamos ver o que posso fazer aqui...”



Mark Whatney divo! Melhor personagem de 2015. Insuperável. Gostaria de conhecê-lo pessoalmente. Ouvir o humor em sua voz e o sarcasmo de sua mente rápida. Sério, estou apaixonada!!! Creio que todos deveriam ter um amigo como Whatney. É o que desejo.

Mas indo ao propósito dessa resenha, Perdido em Marte foi uma das minhas melhores leituras desse ano que se acaba. Uma ficção científica ambientada em Marte, onde após uma expedição precisar ser abortada, um dos membros da tripulação é declarado morto durante a evasão. A NASA e os estadounidenses sentem a morte de Mark. E tudo estaria muito bem e tranquilo na terra, se Mark não desse o ar da graça.

Contudo, para o leitor, a história começa muito antes de os terráqueos descobrirem que Mark está, na verdade, vivo. E esses primeiros sóis em sua companhia, sozinho num planeta desolado, em nada é chato ou arrastado. Mark Whatney prende nossa atenção desde o início. Ele fala diretamente conosco. Nos convida não somente a conhecer sua situação, como a descobrir junto com ele uma forma de sobrevivência.
O senso de humor de Mark e sua persistência e esperança são grandes trunfos do livro, apesar do trecho meio derrotista acima transcrito. E quando todos descobrem que ele está vivo e lutando, as coisas na Terra ficam muito interessantes. Vemos que a proposta de resgate de Whatney não é algo meloso ou sentimental demais. O autor conseguiu inserir o fator político e científico dentro da história, equilibrando e tornando real os sentimentos e ações que os personagens tomam em relação a esse desafio que é manter um astronauta vivo tão longe de casa e quase sem recursos para trazê-lo logo.

A tripulação da Ares 3, composta pelos colegas de Mark na expedição, também não perde em nada em dedicação, humor e amizade. O comprometimento deles não apenas com a missão, mas uns com os outros é muito tocante. Todos os personagens tem sua importância e não considero nenhum dispensável.

Outro fator que torna o livro ainda mais atraente é a forma como o autor nos apresenta aos termos técnicos e como vai explicando os equipamentos e as pesquisas que Mark vai fazendo em Marte a fim de se manter vivo. Não foi algo didático demais e muito menos cansativo.

Enfim, o livro é maravilhoso. Foi minha primeira leitura da Maratona Literária de Inverno que o canal Geek Freak organizou.
O filme, baseado no livro, foi lançado esse ano e não perde para o livro. Aliás ganhou até uns potinhos a mais pela maneira como eles adaptaram o final da história, acrescentando coisas que os leitores gostariam de saber e que eu gostaria que tivesse no livro.

Fica aqui a dica de leitura.

Apreciem e boa leitura!

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