Olá,
leitores!
Quem
participou da #MLI2017 viu todos os comentários sobre esse livro que foi o read
along da maratona.
Três
Coroas Negras é o primeiro livro de uma quadrilogia que fez um burburinho lá
fora e chegou ao Brasil este ano pela Editora GloboAlt. Algumas pessoas já
haviam falado bem do livro no booktube, mas meio que ignorei. Li a premissa da
história no início do ano e não achei muito minha vibe no momento. Mas aí, durante a Maratona
Literária de Inverno, o Victor Almeida falou sobre a proposta de
leitura conjunta e o vídeo dele me deu um empurrãozinho para pegar e lê-lo. E
sou muito grata por isso.
Por
mais que goste de livros de fantasia, fazia um bom tempo que não lia esse gênero. Horrível, sei, mas nos últimos dois anos, fantasia não foi
meu forte. Mas queria participar do read along e do vídeo de discussão ao vivo
que teria sobre o livro no final da maratona. E, mesmo não sendo obrigada a
ler, não queria apenas assistir a discussão. Queria ter uma opinião nela
também.
Então
peguei o livro para ler e MY GOD! O início do livro me pegou em cheio. Mesmo
agora depois de umas semanas, ainda tenho a história na minha cabeça. Mas para
aqueles de vocês que não sabem nada sobre o livro, é muito vago todo esse post
sem uma sinopse. Então lá vai.
Existe uma ilha mágica, Fennbirn, em
algum lugar do mundo, onde a governante é uma rainha. Uma rainha com poderes. Essa
rainha nasce juntamente com mais duas irmãs. São trigêmeas. Meninas que não
conhecem sua mãe e pouco tempo tem para se conhecerem, pois aos seis anos são
separadas e levadas para pontos diferentes da ilha onde serão educadas para
matarem umas às outras em uma luta política tradicional (e muito ansiada pelo
povo) pela coroa.
Bizarro?!
Continuemos.
Cada rainha pertence a um
grupo específico de pessoas com poderes. Existem os envenenadores, os
elementais e os naturalistas. A cem anos só rainhas envenenadoras tem ascendido
ao trono, mas parece que esta situação está para mudar.
E
é assim que a história começa. As jovens rainhas (sim, todas são chamadas de
rainhas desde crianças) estão com 16 anos e se preparando para a festa que vai, não só reuni-las novamente após dez anos, como também liberá-las para matarem
umas às outras.
Eu
achei bizarro a história vendo essa tradição, o que me deixou meio receosa de
ler o livro, mas quando vamos acompanhando cada jovem rainha e a vida que
levam, as escolhas que precisam fazer e as pessoas que as cercam, sinto que
tudo pareceu se encaixar e tornar toda a história fabulosa e intrigante. No
livro, seguimos a vida de cada uma delas. Os capítulos vão se alternando entre
cada rainha e é importante isso, pois vemos os jogos políticos e os
subterfúgios de cada uma para conseguir o que querem.
As
três rainhas se chamam Arsinoe (a naturalista), Mirabella (a elemental) e Katharine
(a envenenadora). É a rainha anterior que sabe o que cada filha vai ser ao
nascerem, pois depois disso, a rainha some para nunca mais ser vista. O tempo
de reinado é definido pelo tempo até cada rainha ter suas trigêmeas. Isso tudo
envolto na crença da deusa que rege a ilha e que dá, segundo a crença, o poder
a cada uma delas. A luta fatal pelo trono é uma forma de engrandecer a deusa.
As irmãs mortas, uma forma de sacrifício.
O
livro tem coisas bem interessantes e, para mim, bem inovadoras. Por exemplo, a
falta de uma perspectiva masculina dominante na história. Todos os lugares de
poder são de mulheres. Só podem haver rainhas. A maioria das personagens
apresentadas são mulheres. Os homens aparecem, mas não com tanto destaque.
Para
salientar isso, até as famílias que acolheram as rainhas crianças, ensinando
elas seu lugar no mundo e seus poderes, são fortemente matriarcais. Você não vê “os
homens da família” tomando decisões. São sempre as mulheres com poder de fala. E
isso foi algo que gostei muito, apesar de estranhar no início, por não ser
comum na literatura.
Outro
fato fascinante foram os romances, ou a falta deles. Todas as relações são
movidas pela atração (ou magia), mas não tem aquele instalove que realmente tem
se tornado irritante nos livros de romance. Todos os personagens tem liberdade
para viverem sua sexualidade. Não há regras definidas sobre sexo.
Na
história, além do fato de terem que brigar até a morte pelo trono, as irmãs tem
personalidades que cativam o leitor e nos faz ter dificuldade de por quem
torcer. Todas são humanas. Tem inseguranças, tem manias, são fortes e
determinadas, e nem sempre boas pessoas. Isso me agradou muito. Não existe ninguém
perfeito nesse livro. Para mim o que dá o tom da história é o fato de que, de
todas as três, apenas Mirabella demonstrou a força de seu poder e isso, em vez de deixar a luta desigual, torna, como vemos na história, a disputa ainda mais acirrada.
No
decorrer da leitura vamos desconfiando disso e tentando desvendar o porquê
de só a elemental apresentar sua força, e o final do livro só deixou espaço para surpresas e ansiedade de como
tudo vai deslanchar daqui para frente. As irmãs tem um reencontro repleto de
confusão, conspiração e sangue.
Foi empolgante esse final, deixando um gostinho de quero mais. Foi só o primeiro livro da série e ainda estamos conhecendo esse mundo em que elas vivem, mas isso deu um ânimo para que eu quisesse conhecer mais sobre os costumes e a história das tradições de Fennbirn e suas rainhas. Recomendo muito esse livro!
Vocês
já leram? Contem-me o que acharam.
Boas
leituras!
Comentários
Postar um comentário