Resenha: Depois Daquela Montanha - Charles Martin

Leitura mais do que recente, terminei hoje, Depois daquela montanha é um romance de esquentar o coração. Personagens cativantes, história de vida emocionante, um cachorro e uma paisagem inóspita. Todos ingredientes essenciais que tornaram esse livro marcante e uma das melhores leituras de 2018.

Então vamos falar um pouco mais sobre ele. (Sem Spoilers). 
Comecei a leitura da obra já sabendo um pouco sobre a história, pois antes havia assistido a adaptação cinematográfica homônima, lançada em 2017, com uma casal mais do que fantástico.



 
Idris Elba e Kate Winslet. 


A história centra-se no encontro entre Ben (médico-cirurgião) e Ashley (colunista) num aeroporto durante uma nevasca, enquanto tentam voltar para suas respectivas casas. Quando os voos começam a ser cancelados, Ben consegue fretar um avião de pequeno porte para levá-lo para o aeroporto mais próximo sem cancelamentos, e acaba oferecendo a Ashley uma carona. Noiva e às vésperas de se casar, a mesma decide aceitar, a fim de chegar a tempo do jantar de ensaio, e os dois, mais o piloto Grover e o cachorro Tanque, partem antes que a tempestade piore. Em algum momento durante o voo, Grover sofre um infarto e eles despencam no meio de uma reserva florestal inóspita coberta de gelo e distante em todas as direções de qualquer aglomerado urbano ou sinal de atividade humana. Machucados, sozinhos e sem esperança de resgate, eles só podem contar um com o outro para sobreviver.

Não conhecia o livro antes de ter visto o trailer do filme e só pensei em comprar o livro depois de haver assistido. Encantei-me com a dinâmica e personalidade desses dois personagens. A trajetória deles em busca da sobrevivência foi tocante e ao mesmo tempo romântica.

Mas Natália, romântica? Eles sofreram um acidente de avião, estão perdidos, machucados, sem acesso a um meio de comunicação, enfrentando fome, frio e animais selvagens em meio a uma região inóspita e isso é romântico?

Desculpe, mas sim. Não é o drama da sobrevivência deles que é romântico. É a forma como duas personalidades distintas e desconhecidas uma da outra acabam encontrando harmonia num encontro mais do que inusitado. Eles poderiam ter se tornado ranzinzas, tomado atitudes egoístas, e pelas diferenças de pensamento agirem de forma a provocarem a morte um do outro.

Mas eles resolveram se dar uma chance e acreditarem que poderiam sobreviver. Se tornaram o apoio físico, mas principalmente emocional, que precisavam naquele momento. Amei o humor, a franqueza, a solidariedade e a empatia que os dois personagens demonstravam um pelo outro, principalmente o Ben, que é o narrador da história.

Aos poucos vamos conhecendo um pouco sobre a vida deles, a maneira como enxergam o mundo. Conhecemos melhor o Ben e os problemas pessoais que enfrenta. Para quem não assistiu o filme, a medida que vamos avançando na história, vamos nos entristecendo por tudo pelo o que Ben passou, se surpreendendo com algumas coisas e observando como isso o tornou mais forte para enfrentar as adversidades. Ah, e descobrimos como é bom o treinamento para escoteiro.

O cachorro, que nós, assim como o casal, não conseguimos recordar o nome, é fofo e leal, e sempre ficava tocada com a forma como ele protegia a ambos.
Existem momentos muito melancólicos e reflexivos sobre a vida e a sobrevivência, mas não considerei nada piegas ou para encher linguiça, ou mesmo alguma parte tirada de um livro de auto-ajuda. Considerei tudo parte da história, algo intrínseco a quem eram aqueles personagens e como foi importante para a sobrevivência dos mesmos esses momentos.

Agora falando sobre o filme, vou dizer que eles não são iguais. Mas foi uma adaptação que me encantou. E mesmo fazendo escolhas diferentes do livro, me passou a mesma sensação de felicidade ao concluir uma boa e bem contada história.

Se recomendo os dois? Com certeza. Leiam o livro, assistam o filme, se apaixonem por esse casal e sejam felizes.



Boa leitura.

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