Resenha: Paixão ao Entardecer - Lisa Kleypas


Olá, leitores.

Hoje trago a resenha de mais um querido romance de época, dessa vez, o quinto e último volume da série Os Hathaways, da Lisa Kleypas. Confiram.


Os Hathaways são uma das minhas famílias literárias preferidas, logo depois dos Bridgertons. Aliás, foi após ler estes últimos que descobri a série dos Hathaways. Diferente dos romances da Julia Quinn, que temos mais momentos divertidos, a série da Lisa Kleypas traz assuntos mais densos e tristes, como luto, doença, preconceito étnico e guerra. 


Eu fiquei apaixonada por todos os cinco membros da família Hathaway: Amelia (destemida), Leo (sensível), Win (forte), Poppy (racional) e Beatrix (aventureira), e por seus pares. Mas aqui vou me deter na história da irmã caçula, Beatrix.

A jovem é uma amante da natureza. Desde criança, ela tem paixão por todos os animais, e sempre se poderia encontrar algum entre as suas coisas. Sua afinidade com esses seres e com a natureza em geral, a deixou muito longe de conseguir um matrimônio. Possuidora de um espírito livre, Beatrix quer alguém que a entenda e respeite o seu amor pela natureza. No momento, solteira e sem pretendentes, a jovem se sente destinada a solidão, e um peso para a sua família. 

É quando ela se envolve numa situação inusitada. Ao responder uma carta amorosa destinada a uma de suas amigas, como forma de apaziguar o sofrimento do jovem escritor, ela acaba se envolvendo em uma correspondência terna, romântica e reveladora sobre sua personalidade e a do rapaz. Este homem, Christopher Phelan, jovem aristocrático, que havia partido para a guerra, e antes era considerado um idiota e presunçoso de marca maior, por Beatrix, se revela nas cartas como um espírito sensível e que diante dos horrores da guerra, não vê a necessidade de fingir ser o que a aristocracia sempre determinou que ele fosse.

Os dois sentem que não conseguem pertencer a sociedade da maneira como ela espera deles e o amor dos dois se torna cada vez mais profundo. O problema é que Christopher não sabe que quem escreve essas cartas é Beatrix. E a jovem, envergonhada de suas ações, acaba por parar de escrever a ele, sabendo que, por tudo o que ele já disse sobre ela no passado, nunca vai querer ficar com ela no futuro. Principalmente porque, agora que o irmão mais velho de Christopher morreu, ele se tornou o herdeiro do título e riqueza da família. 


É muito fofa a história dos dois. E me recordou muito a história de A Noiva do Capitão, da Tessa Dare, só que este último é muito mais engraçado. As cartas que Christopher e Beatrix trocam são singelas, bonitas, com um tom apaixonante, que faz os leitores se apaixonarem também por esse casal e por tudo o que estão passando. Há reflexões muito bonitas também sobre o ser humano e a guerra. 

Quando Christopher volta para casa, agora como herói inglês e herdeiro de um título, tudo o que ele quer é fugir dos incontáveis bailes e recepções aos soldados, e ir para seu lar, encontrar com a mulher que ama. Ao descobrir que foi enganado e que era Beatrix com quem se correspondia, o jovem se sente confuso, com raiva, e estranhamente atraído pela figura aventureira da moça, que o compreende tão bem. 

Quando finalmente decidem viver sua relação, Christopher tem medo de machucar a mulher que ama, já que sofre de estresse pós-traumático e tem episódios violentos durante o sono, se recusando a dormir na mesma cama que ela. E um inimigo desconhecido ameaça a vida dos dois, e tudo pelo que eles lutaram para viver juntos.

Saber das coisas sobre a guerra: as escolhas difíceis; as perdas; as amizades que ficam para toda a vida; e os traumas que esses homens passam; assim como a forma que a sociedade, muitas vezes, tenta ignorar o horror da guerra, e que gera o afastamento desses homens do convívio social, deixou toda a história mais emocionante e cativante. É de se parar para pensar como desejamos que as coisas voltem ao normal, mas não somos mais os mesmos para agir do mesmo modo. Beatrix é o grande apoio que Christopher tem para entender e aceitar que nem todos são insensíveis ao que lhe aconteceu e que ele pode continuar a viver e superar os pesadelos, mesmo após tudo o que ele fez e passou durante a guerra.


Fiquei muito feliz com toda a leitura, e por rever também  muitos dos outros membros da família Hathaway nessa história. Quem sabe, mais para frente, eu faça uma resenha ou esboço dessa adorável e não convencional família aristocrática inglesa. Os livros da série foram os únicos que li da autora, se não me falha a memória, mas pretendo ler mais livros dela com o tempo. 

Fica aqui a minha recomendação para esse livro (e essa série maravilhosa).

Boas leituras.

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