Olá, leitores.
Hoje trago mais uma resenha da série Clube dos Sobreviventes, da autora Mary Balogh.
Esta era a história pela qual estava mais ansiosa após ler os dois primeiros livros da série. Vamos conhecer sobre George, o duque de Stanbrook, um dos homens mais ricos da Inglaterra. George abriu as portas de sua casa de campo para abrigar feridos de guerra e acabou fazendo amizade com seis deles. O carinho que sente por todos os seis e a forma como lhes ajudou a recuperar o controle da própria vida, demonstram o quão gentil e generoso ele é. Infelizmente, não o tornou mais feliz.
George perdeu o filho e a esposa de forma trágica - o primeiro na guerra, a segunda, por suicídio após a perda do filho. Durante muito tempo, e para algumas pessoas até a presente história, ele foi considerado o assassino da esposa. Por ser meio recluso e distante, não é um homem dado a rompantes de raiva, impulsividade e paixão. Passou por muitas dores e conseguiu se recuperar um pouco com a ajuda dos amigos, apesar de nunca realmente ter contado todos os seus problemas a eles.
Feliz com os caminhos que todos os seis seguiram - este é o último livro da série, e todos os outros membros já estão felizes e casados -, George sente-se muito solitário. Ele também quer companheirismo e carinho. Pensando na vida, ele acaba por ter uma imagem de como seria a companheira perfeita, já que ele - então com 48 anos - não quer as jovens debutantes, nem as damas da alta sociedade que o cercam. Curiosamente a imagem que lhe vem a cabeça é de uma mulher que conheceu a pouco mais de ano, que é cunhada de um dos membros do clube.
Ele ficou encantado com ela, com sua gentileza, com seu dom para a música e com sua beleza discreta e cativante. Ele resolve então pedi-la em casamento. E é a partir daí que a história começa.
A srta. Dora Debbins, filha de um aristocrata, se tornou uma solteirona, que vive de maneira singela como professora de música. Boa parte de sua juventude ela passou cuidando da irmã mais nova, e nunca conseguiu debutar na sociedade e nem atrair algum homem. Consciente de que não é nenhuma beldade, ela se conformou com o conforto de uma vida simples e com seu profundo amor pela música.
A harpa e o piano são as grandes paixões de Dora, com as quais toca divinamente.
Apenas uma vez ela se sentiu apaixonada, a pouco mais de um ano, pelo Duque de Stanbrook, que conheceu durante a visita do mesmo pelas redondezas onde mora. Uma mera paixonite, mas que lhe esquentou o coração. Ela fica muito surpresa quando ele vai visitá-la e mais surpresa ainda quando ele lhe propõe casamento.
Ela tem 39 anos e nunca lhe passou pela cabeça que nessa idade poderia ter um relacionamento. Mais o carinho que os dois parecem sentir um pelo outro, faz com que ela aceite a proposta. Certos de que encontraram o companheiro ideal para uma vida mais tranquila na velhice, eles estão contentes em serem amigos e amantes, e cuidarem um do outro.
É lindo ver um romance histórico com personagens mais velhos. Sendo que os dois tem idades próximas. Não é como ler romances entre homens de 30 e poucos anos e jovens e 18/19 anos. Às vezes, parece que só encontramos histórias assim nos romances de época, e conhecer George e Dora foi uma lufada de ar frescos. Os dois são ótimos juntos.
Quando penso em George e Dora, penso nesses dois.
Fiquei tocada com os dramas do passado dos dois e contente com a forma como eles vão buscando apoio um no outro para superar o que poderia se tornar um entrave no relacionamento deles. Dora foi abandonada pela mãe - que nunca mais viu - e acabou tendo que cuidar da irmã mais nova. George, apesar de gentil, tem medo de entregar seu coração a Dora, e não quer relembrar o passado, mesmo que ele esteja sempre a espreita, o que gera algumas desavenças com a esposa.
A única coisa que realmente me irritou no livro foi uma atitude que Dora tomou e que colocou a vida dela em risco. Ela é uma mulher determinada, mas a atitude dela me pareceu mais teimosia que qualquer outra coisa. Porém, não foi suficiente para apagar toda a alegria de conhecer esse casal e sua vida a dois.
Super recomendo.
Boas leituras!
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