Resenha: Corte de Espinhos e Rosas - Sarah J. Maas.



Olá, leitores.


Semana passada finalizei a leitura de mais um livro do desafio 30 antes dos 30, além de uma obra que foi - e ainda é - muito hypada. Faz 3 anos que eu ouço falar muito das obras da Sarah J. Maas. Não que antes não houvesse burburinho sobre os livros, mas nada que estivesse muito próximo de mim. Mas os últimos três anos, quase sempre que eu entrava numa rede social e via postagens sobre livros, principalmente nos stories de bookstans, havia referências as séries TOG (Throne Of Glass) e ACOTAR (A Court Of Thorns And Roses). 

Ambas as séries concluídas e publicadas no Brasil pela Editora Galera Record tem muitos fãs e muita divulgação das obras, além da recente notícia de lançamento de mais um livro da série ACOTAR, o que fez com que, no ano passado, eu decidisse colocar o primeiro livro dessa série na minha lista de leitura antes dos 30 anos. Então vamos falar dessa experiência. Aviso que muito do que está abaixo são impressões recheadas de spoilers para aqueles que ainda não leram a obra. 



Primeiramente, não vou dar sinopse da história. Esse é para mim o tipo de livro que você tem que entrar sem ler a sinopse. Segundo, eu entrei com baixas expectativas em relação a essa leitura. Não esperava que fosse ruim, mas não estava tão empolgada. No entanto, foi gratificante perceber que o hype sobre a história tem seu valor. Não foi um livro 5 estrelas para mim, mas todo o enredo e alguns personagens pegaram a minha atenção de uma forma inesperada.


Gostei principalmente do enfoque que as mulheres tiveram na obra. Não que existam muitas mulheres em destaque. Mas as que surgiram roubam a cena dos homens (machos) feéricos. Feyre, Nestha e Amaranta foram muito fortes na história para mim. Ver que a força e o amor da protagonista ser o que realmente derrota o mal, no caso, uma das vilãs mais poderosa e traiçoeira que já vi, me deixou muito feliz. E mesmo que as duas estavam em lados opostos, serem elas duas mulheres poderosas a sua maneira foi muito legal de ver.

Nestha no início não me prometia nada além de uma pessoa que tinha raiva/inveja da irmã mais nova, Feyre. Mas na segunda vez em que ela aparece na história, nossa percepção e a percepção da própria Feyre sobre quem é realmente sua irmã mais velha, muda e isso me deixou feliz. E ser capaz de fazer o que Nestha fez é algo que denota muita força interna. Espero ver mais dela nos próximos dois livros, já que o próximo lançamento da série irá se focar nela.

Feyre é uma jovem mulher guerreira, que comeu o pão que o diabo amassou para proteger aqueles que ama. Aprendeu a caçar, a nadar, a barganhar sozinha. Lutou para manter a família sã e salva, e foi mais além, se entregou a um futuro incerto e perigoso apenas para protegê-los. Infelizmente acompanhamos essa personalidade forte ser aos poucos apagada e inutilizada por um "amor". Feyre começa a duvidar de si mesma e do que é capaz, por conta de tudo o que vê na Corte Primaveril. Inteligente, esperta, mas cheia de inseguranças, Feyre é uma personagem que me irritou, me encheu de admiração e por fim me deixou triste com um destino que não me parece ser tão brilhante quanto o final me deu a entender. Isso porém não apaga toda a força que ela tem e que espero vá ajudá-la no futuro.



Já sobre os personagens masculinos, temos tipos bem diferentes apresentados na história. O pai de Feyre é o exemplo de uma pessoa fraca e desiludida. Deixar que a protagonista se torne o pilar da família enquanto deixa os dias passarem em um limbo, me torna um pouco compreensiva do ódio que Nestha nutre por ele.

Lucien foi um personagem que se destacou na Corte Primaveril. Gosto do amizade que ele tem por Tamlin. Da implicância que ele tem com Feyre, que com o tempo se desenvolve em um pouco de admiração, e que o torna um amigo que a protagonista não esperava encontrar. Os dois juntos são muito legais de ver.

Tamlin porém é muito controverso. É difícil pegar essa história depois de todo o hype e não levar um spoiler ou outro sobre a relação dele com Feyre. Mas isso não impede o leitor de ver os sinais de descontrole dele. Incomodou-me muito o fato de ele sempre - sempre - se descontrolar com as garras, num claro sinal de raiva. Tanto que a própria Feyre sempre verifica se as garras estão aparecendo para descobrir o humor dele. Por mais atencioso que ele seja com ela, e o fato de ele não ter escolhido ser quem é, assumindo uma posição que não queria, nada justifica ele agir como age. Ele ainda não superou sua raiva, não age como um líder. É um guerreiro corroído e quando Rhysand fala isso para ele, ficou mais nítido para mim o quão desesperado ele estava. Não acho que um amor como o que ele nutre por Feyre, alimentado por toda essa raiva contida e desespero, vá ser bom para nenhum dos dois. Quero ver como isso vai ser desenrolar nos próximos livros. 

Rhysand é um aparente badboy, mas um daqueles bem astutos, determinados e, quem diria, altruísta. Ele não quer que gostemos dele. Ele é um senhor e fará o que for possível para sobreviver e libertar a si e ao seu povo, mesmo que se aproximar do inimigo e deixá-lo o controlar seja o melhor a ser feito por hora. Por mais que ele esteja usando Feyre para atingir um objetivo, isso fica claro a todo momento. Ele não está brincando com os sentimentos de Feyre, não está iludindo ela. E mesmo que ela esteja tão enfurnada na pena de si mesma, ele está a todo momento tentando ajudá-la a sua maneira, enquanto ainda tenta sobreviver. Ele é controverso e intrigante, e não se faz de bonzinho. Ele faz o que é necessário. Até vemos um lado mais triste e frágil dele. E isso ele só mostrou para Feyre. O final dele nesse primeiro livro me deixou ansiosa. Eu acho que sei o que aconteceu e estou me coçando pra descobrir se estou certa nessa suposição.



Gostei muito do mundo criado pela autora. Prythian é tão diversa e cheia de mistérios que você deseja que a protagonista, por meio de quem visitamos esse mundo, nos dê detalhes desse lugar cheio de perigos e beleza. Os diferentes tipos de grão-feéricos e feéricos é algo muito interessante e que não pensei em ver na obra. Conhecer as fraquezas deles, suas alianças e poderes é algo que me instiga a continuar a série. Suas relações de poder são fascinantes, mesmo que conheçamos pouco das outras cortes e mais da Primaveril e um pouquinho da Noturna. O fato de existirem essas diversas cortes soberanas deu um toque a mais à obra e quero muito saber mais delas.



No mais, estou ansiosa para concluir a série e ver mais detalhes sobre o desenrolar da vida de Feyre nesse novo mundo, agora sobre uma nova perspectiva, após sua transformação no final do livro. Acho que vai ter muita coisa para discutir no final da série e estou achando que ficarei empolgada para destrinchar todos os detalhes com vocês quando acabar.


Boas leituras.

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