Olá, leitores.
Essa história foi encantadora e surpreendente.
Numa rápida sinopse, posso dizer que esse é um livro de romance dentro de uma ficção científica, onde duas agentes de lados distintos de uma guerra acabam se apaixonando e tendo que viver esse amor através de cartas através do espaço-tempo.
Isso pode ser muito simplista para o que essa história abarca, mas é forma mais compreensível, eu acho, de passar isso para vocês.
Esse livro é difícil de ser resenhado. Ele possui uma complexidade e poesia que não consigo expressar muito bem em palavras. Vou, então, me focar em tudo o que senti lendo essa história.
As agentes Blue (do Jardim) e Red (da Agência) estão se confrontando há muito tempo na guerra pelo tempo. A primeira vez que elas interagem através de cartas foi bem surpreendente. Todas as missivas da história não são como cartas normais. Isso me deixou confusa inicialmente. Bem confusa.
Porém, na medida em que elas foram se conhecendo entre as cartas e fui acompanhando as suas missões, vi não só como elas estão intimamente ligadas pelo tempo, como também ligadas pelo sentimento de provocação, rebeldia e paixão. Paixão pelos aspectos da viagem do tempo; pelas jornadas; pelos saltos temporais. Elas são inimigas, mas só elas conseguem realmente entender uma a outra.
E é no início de um exercício estranho de empatia, enquanto sabotam uma a outra, que elas se apaixonam. As cartas vão assumindo um tom mais intimista, compartilhando desejos, experiências. O fato de nunca realmente terem estado uma com outra não diminui o impacto que elas tem nas emoções e na vida delas.
Aliás, são essas interações - mais do que as viagens pelo tempo, as guerras, manipulações e as disputas das agências - o enfoque da trama. Por isso que digo que é um romance, mais do que uma ficção científica.
Mas não um romance qualquer.
No entanto, esse romance também passa por percalços grandes. Se forem descobertas, podem ser executadas e, às vezes, fiquei com a impressão de que as agências sabiam das duas e tentavam provocar que cada uma causasse a destruição da outra. A tensão nesses momentos é palpável e eu fiquei torcendo para que elas conseguissem escapar das armadilhas.
O final foi lindo, diferente e cheio de promessas. Ao mesmo tempo que despertou minha curiosidade sobre o que pode vir a acontecer em consequência dele, eu meio que torço para que nunca tenha continuação. Esse foi um final que não fugiu de toda a construção que o relacionamento delas teve. Foi tão louco, inventivo e poético como o início. E fechou um ciclo.
Só espero que vocês leiam. Que experimentem essa história. Apesar de curta, ela merece ser lida devagar, para que se possa assimilar tudo. E acho que é o tipo de história que quanto mais lermos e relermos, mais aspectos e surpresas e conexões iremos perceber.
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