Resenha: Elantris - Brandon Sanderson.

 

Olá, leitores.

Hoje quero falar com vocês sobre uma fantasia maravilhosa que li recentemente e que me encantou demais.

Elantris é o primeiro livro do autor Brandon Sanderson, publicado originalmente em 2005, e em 2012 publicado no Brasil pela Editora Leya.
A história em volume único (amém) é também o primeiro vislumbre do Universo da Cosmere, criado pelo autor, que se entrelaça com outras obras do mesmo - Mistborn e Stormlight Archives.

Esse calhamaço tem uma história envolvente, complexa e recheada de tramas político-religiosas de encher os olhos. Elantris já foi a capital de um império, onde pessoas poderosas e cheias de magia habitavam e propiciavam a paz e abundância na nação. Porém, há 10 anos Elantris e seus habitantes perderam a magia e foram massacrados pelo restante da povo. De tempos em tempos, algumas pessoas recebem a marca de Shaod, que antes os tornavam deuses, e que agora virou um estigma de pobreza, fome e morte, e que lhes garantem um lugar em Elantris, sendo aprisionados nos portões da cidade.

Raoden, Sarene e Hrathen são os protagonistas desta história e é através deles que as tramas políticas, o poder da religião e a busca pelo conhecimento e sobrevivência nos são apresentadas.

E eu amo esses três.


Raoden e Sarene iriam se casar. Um casamento político que iria unir os reinos de Arelon e Teod, respectivamente. Raoden, porém, um dia, acorda sob a marca da Shaod e, declarado morto pelo pai, é trancafiado em Elantris para apodrecer. Sarene, ao chegar em Arelon e descobrir que é uma viúva, já que o contrato de casamento foi efetivado mesmo sem a cerimônia, resolve ficar em Kae - atual capital do reino - e ver o que pode fazer pelo mesmo, agora como princesa viúva de Raoden. Ao mesmo tempo, chega em Arelon gyorn Hrathen, um importante membro da religião Shu-Dereth, que tem como missão converter Arelon em 3 meses ou o reino será invadido por Fjorden.

É a partir desses momentos de chegada e partida que toda a história se desenvolve. Os três personagens são bem versados nas tramas políticas, nos propiciando muitos momentos de tensão e diálogos afiados e divertidos. 
Raoden é um líder nato. Colocado numa situação muito ruim, ele vai atrás de um propósito: descobrir o que realmente aconteceu com a magia de Elantris há 10 anos.
Entre confrontos com outros elantrinos (assim chamados os habitantes da cidade) e buscas pelo conhecimento perdido de Elantris, ele vai ganhando respeito, ordem e o amor dessa população. 
Sarene e Hrathen estão fora de Elantris e não fazem ideia do que está acontecendo lá dentro. Mas os dois vão, de uma forma ou de outra, usar a reputação da cidade para alcançar seus objetivos: converter Arelon pelo medo à cidade amaldiçoada (Hrathen) ou promover a desmistificação do mal de Elantris através da pena e da solidariedade (Sarene).

As conversas, discussões e intrigas promovidas por esses dois são interessantes e muito ricas. Eles são poderosos adversários, que mesmo em lados diferentes, mantém uma discussão saudável. Sabem perder e respeitam a força do oponente. Ver o desenrolar dessa relação de conhecimento e esperteza é fascinante.

Cada capítulo segue a narração de um dos três protagonistas. Mas para o final do livro é que teremos outros personagens tendo breves momentos de narração, principalmente quando o conflito se intensifica.

Eu lia as últimas páginas basicamente pulando. E terminei o livro assim...



Além da trama política, há também espaço para romance. Sarene e Raoden são um casal maravilhoso. Eles, quando formalizaram o noivado, nunca tinham se visto pessoalmente. Só se comunicavam por cartas e, depois de um tempo, através dos seus Seons (criaturas em forma de uma bola de luz que se comunicam com seus mestres e podem servir de "vídeo-chamada" entre eles). Raoden e Sarene começaram a nutrir uma admiração um pelo outro e quando separados, mesmo antes de se conhecerem, eles não conseguem não pensar em como teria sido se o casamento tivesse se concretizado. 

Eu torci o livro todo pelo encontro desses dois. Tão perto e ao mesmo tempo tão longe um do outro. Quando as maquinações de Hrathen e Sarene os colocavam diante de Elantris, eu ficava "Aparece Raoden" ou "Sarene enxerga ele".

No final dessa história meu coração estava aos saltos, de todo o susto que tive e de toda a felicidade com esse final. E terminei o livro com crushes em todos os protagonistas. São maravilhosos. 

Existem outros personagens na trama que se destacam e cativam nossa atenção: Galladon, que inicia uma bonita amizade com Raoden; Karata que também se torna amiga do príncipe e uma grande companheira de luta dele; Roial e Shuden, antigos amigos do príncipe, que se tornam primeiro aliados e depois amigos de Sarene; e o seon de Sarene, Ashe, com o qual ela tem diálogos sarcásticos e divertidos.

Foi uma leitura marcante, cinco estrelas e favoritada, que terminou já deixando saudades. Não é um livro rápido, mas não é difícil por isso. O tempo da história casa perfeitamente com a narrativa. Era preciso conhecer a cidade, as pessoas e seus propósitos para que, ao atingir o ponto de conflito, tudo fizesse sentido.


Super recomendo!

Até a próxima e Boas Leituras!

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